Monday, 28 December 2009

Fulica atra


Esta é a mais recente adição à avifauna madeirense. Trata-se do Galeirão, espécie que nidificou pela Madeira pela primeira vez em 2009 (a segunda foto é do único sobrevivente da primeira ninhada de Galeirões madeirenses). Deixo-vos aqui um artigo que escrevi sobre este acontecimento e que infelizmente não chegou a conhecer a luz do dia.

FIRST BREEDING RECORD OF COMMON COOT FULICA ATRA (AVES:RALLIDAE) ON MADEIRA ISLAND by Ricardo Rocha

The common coot, Fulica atra (Linnaeus, 1758), is a large rail species which can be found throughout aquatic freshwater ecosystems across the Paleartic, Indomalaya and Australasia regions. In Europe the species is widespread and common in most areas where there are suitable places, being mainly associated with shallow waters with muddy bottoms and abundant marginal vegetation where it feeds on vegetable matter and invertebrates (CRAMP, 1998).
In Portugal, breeding had only been confirmed in the mainland (EQUIPA ATLAS, 2008) and in Madeira Island the species had only been described as a seasonal migrant (ZINO et al., 1995; BISCOITO & ZINO, 2002; OLIVEIRA & MENEZES, 2004) with no records of breeding activity to be found in the literature.
Reproduction on the island was observed for the first time in 14 May 2009 when a couple of birds was observed with four nearly born, still with downy feathers in “Lagoa do Lugar de Baixo” (32°40'44.03"N, 17° 5'18.59"W). The chicks where black with red and blue heads and a yellow-brown collar, feature than discriminates this species from the nearly born of moorhen Gallinula chloropus (Linnaeus, 1758), a species which has recently been described to also breed in the lagoon (FAGUNDES & NUNES, 2003).
The chicks’ experienced heavy predation from Yellow-legged Gulls Larus michahellis (Naumann, 1840) and only three weeks after the chicks were first observed only one was still alive. In late June this surviving youngster still in its immature plumage with white face and throat stared to acquire the bright white facial shield typical of the species.
This record highlights the conservation value of “Lagoa do Lugar de Baixo”, the only saline water lagoon found in Madeira Island and currently the only place where both the common coot and the moorhen have been found to breed in Madeira Island.

REFERENCES

BISCOITO, M. & F. ZINO:
2002. Aves no Arquipélago da Madeira. Biodiversidade Madeirense: Avaliação e Conservação, Vol. 3, Funchal. 112 pp.

CRAMPS, S:
1998. The complete birds of the Western Paleartic on CD-ROM. Oxford University Press, Oxford.

EQUIPA ATLAS:
2008. Atlas das Aves Nidificantes em Portugal (1999-2005). Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, Parque Natural da Madeira, Secretaria Regional do Ambiente e do Mar. Assírio & Alvim, Lisboa. 590 pp.

FAGUNDES, I. & J. NUNES:
2003. First records of breeding moorhen Gallinula chloropus (Aves: Rallidae) on the islands of Madeira and Porto Santo. Bocagiana, 211: 1-4.

OLIVEIRA, P. & D. MENEZES:
2004. Aves do Arquipélago da Madeira. Serviço do Parque Natural da Madeira, Funchal. 112 pp.

ZINO, F., M. J. BISCOITO & P. A. ZINO:
1995. Birds of the archipelago of Madeira and the Selvagens new records and Checklist. Boletim do Museu Municipal do Funchal, 47 (262): 63-100.

Wednesday, 2 December 2009

Leucistic Cory's shearwater chick on the Madeira Archipelago



Tenho o prazer de partilhar convosco que estas 3 fotos foram publicadas no site Wildlife Extra. Aqui fica a noticia:

Leucistic Cory's shearwater chick on the Madeira Archipelago

Leucistic Cory's shearwater chick photographed by Ricardo Rocha on the Madeira Archipelago

Ricardo Rocha sent us some pictures of a young leucistic Cory's shearwater (Calonectris diomedea borealis) photographed during fieldwork of the project "Atlantic ocean-wide changes in sea surface temperature and trends on Cory's shearwater foraging success, migration and population dynamics", (Click here to read more) on Selvagem Grande, a small portuguese island located mid-way between the Madeira and Canary Archipelagos.

Ricardo says "To the best of my knowledge this was the second observation of a leucistic individual for the species, and the first on Selvagem Grande, home to the world's largest Cory´s shearwater colony."

Cory's shearwaters breed on islands and cliffs on Atlantic islands off the north coast of Africa and in the Mediterranean. They nest on open ground among rocks. In late summer and autumn, most birds migrate into the North Atlantic, sometimes appearing on te coasts of Great Britain and Ireland.

The photos were taken in September 2008, credit Ricardo Rocha.

http://www.wildlifeextra.com/do/ecco.py/view_item?listid=1&listcatid=1&listitemid=6113&live=0#cr

Tuesday, 10 November 2009

Vanessa cardui

Esta é uma das duas espécies de borboletas diurnas que encontrei nas Selvagens. Trata-se de uma das borboletas mais cosmopolitas do planeta, estando presente em todos os continentes a excepção da Antárctica. Na Madeira aparece de forma irregular e é conhecida como Bela Dama.

Monday, 9 November 2009

Teira dugesii




Esta é a Largatixa-da-Madeira, uma espécie endémica dos arquipélagos da Madeira e das Selvagens e que foi introduzida por volta de 1860 nos Açores e mais recentemente em Lisboa. Ocupa uma grande variedade de habitats, podendo ser encontrada desde o nível do mar até ao 1861 m na ilha da Madeira. Prefere locais secos e quentes e é muito frequente em habitats antropogénicos. Com base em diferenciação morfológica e enzimática foram descritas 4 subespécies: T. d. dugesii na ilha da Madeira, T. d. jogeri no Porto Santo, T. d. mauli das Desertas e T. d. Selvagensis nas Selvagens. As duas primeiras fotos pertencem à subespécie das Selvagens e as duas últimas à subespécie das Desertas.

Saturday, 7 November 2009

Calonectris diomedea borealis



É com um enorme prazer que vos apresento a Cagarra, espécie com a qual vou estar a trabalhar nos próximos tempos. Trata-se de uma ave pelágica que se reproduz em ilhas e zonas costeiras do Atlântico Norte e do Mediterrâneo. Ocorre em todas as ilhas do território português onde tende a formar colónias numerosas. A maior colónia mundial pode ser encontrada na Selvagem Grande onde o último censo total (em 2005) estimou a existência de cerca de 30 000 mil casais reprodutores. Trata-se de uma migradora de longa distância que inverna nos mares Sul, chegado a visitar paragens tão longínquas como Madagáscar. Esta espécie foi fortemente explorada com fins comerciais até a década de 60, altura em que se estimava que fosse capturados de 20 a 22 000 juvenis por ano nas ilhas Selvagens. A formação da Reserva Natural das Ilhas Selvagens em 71 veio atenuar os massacres e nos últimos anos a população tem vindo a recuperar. Aqui segue o link do projecto em que estive a colaborar no último mês de Setembro e no qual vou começar a trabalhar - http://sites.google.com/site/projectocalonectris/ .

Saturday, 31 October 2009

Monachus monachus



Finalmente consegui fotografar a outra espécie que empresta o nome a este blog – o Lobo-marinho. Só o consegui porque estive a trabalhar como voluntário durante duas semanas nas Ilhas Desertas, onde habitam pouco mais de 30 focas. Há muito que esperava pela oportunidade de ver estes esquivos animais e o primeiro encontro superou em muito as expectativas.
Deixo-vos aqui um artigo que publiquei sobre a espécie na revista Liberne, da Liga para a Protecção da Natureza.

"Com um efectivo populacional que não ascende os 400 indivíduos, a Foca-monge do Mediterrâneo (Monachus monachus), ou lobo marinho como é conhecido no território nacional, é a foca mais rara do planeta e um dos mamíferos mais ameaçados de extinção.
A sua área de distribuição histórica abrangia toda a região da bacia mediterrânica, o Mar Negro, a costa Noroeste Africana e ainda os arquipélagos das Canárias, Açores e Madeira. No entanto, a intensa perseguição a que a espécie foi alvo levou a um declínio acentuado da maioria das suas populações e reduziu a sua área de distribuição ao Mar Egeu, ao Norte de Marrocos e Argélia, e duas populações no Atlântico, mais propriamente no Cabo Blanco, na Mauritânia, onde reside a maior colónia com cerca de 150 membros e nas Ilhas Desertas, no Arquipélago da Madeira, onde se estimam existir cerca de 35 animais.
Históricamente, o desaparecimento da espécie de maior parte da sua área de distribuição ter-se-á devido à perseguição para aproveitamento da pele e da gordura. No entanto, o maior factor de declínio da espécie nos tempos mais recentes terá sido a perseguição directa por parte de pescadores, que consideram as focas daninhas para as pescas, tanto pela competição pelos recursos, como pela danificação de material de pesca. As capturas acidentais e a sobrepesca, que priva os lobos marinhos dos seus recursos alimentares, são ainda outros dois factores de extremo peso no decréscimo da espécie.
A elevada sensibilidade dos lobos marinhos à actividade humana faz com que a ocupação da orla costeira e o turismo de massas tenham consequências extremamente negativas para a espécie. Outras ameaças ao futuro destas focas incluem, doenças, colapso de grutas, derrame de petróleo, marés vermelhas ou quaisquer outros eventos estocásticos. Em 1997, por exemplo, 2/3 das focas pertencentes à maior população mundial da espécie, localizada em Cabo Blanco, na Mauritânia, morreram de forma inesperada, sendo que as razões mais prováveis para esta mortalidade em massa teram sido uma maré vermelha ou uma epidemia causa por um vírus. Outro factor que poderá constituir uma séria ameaça para o futuro da espécie advém da fragmentação e da pequena dimensão das suas populações, o que poderá conduzir à depressão endógamica.
A conservação desta espécie no Arquipélago da Madeira encontra-se a cargo do Parque Natural da Madeira (PNM), que em 1990 criou a Área de Protecção Especial das Ilhas Desertas, com vista à protecção do habitat das últimas 6 a 8 focas que sobreviviam em território nacional. As ilhas passaram a Reserva Natural no ano de 1995 e estão também classificadas como Reserva Biogenética pelo Concelho da Europa desde 1992 .
A estratégia de perturbação miníma adoptada pelo PNM têm nutrido os seus frutos e actualmente a população madeirense é uma das poucas com uma tendência populacional positiva. Como consequência disso as incursões de lobos marinhos ao litoral madeirense têm-se tornado cada vez mais frequentes e os relatos de observações a repetirem-se um pouco por toda a ilha. Recentemente foi mesmo confirmada a existência de lobos marinhos residentes na ilha da Madeira.
O desafio para a salvaguarda desta espécie passa agora por aprender a conviver com estes raros animais. A sua elevada dimensão e curiosidade podem levar a que magoem alguém de forma inadevertida. Como tal, o melhor a fazer aquando da observação de um lobo marinho seja manter a distância, tentando não o perturbar e reportar a observação ao PNM. Isto permitirá aprofundar os conhecimentos sobre a espécie e abrir caminho para medidas de protecção mais adequadas e eficazes." in Liberne.

Saturday, 22 August 2009

Untitled # 3

Infelizmente esta é mais uma espécie que não consegui identificar. Trata-se de um carangueijo que encontrei em São Tomé. Os carangueijos pertencem ao grupo dos crustáceos, um grupo bastante diverso que inclui cerca de 50.000 espécies descritas. A maioria são de água salgada, mas também existem várias espécies de água doce e mesmo alguns terrestres, que apenas se deslocam ao meio aquático para desovar. Em São Tomé tive oportunidade de encontrar carangueijos de água doce, mas infelizmente não fotografei nenhum.

Thursday, 20 August 2009

Delichon urbicum

Esta é a andorinha-dos-beirais, uma espécie que pode ser encontrada desde a Europa oriental até ao Japão e à China e que em Portugal se distribui por todo o país de forma muito regular. É uma espécie fortemente colonial e pode ser encontrada tanto em zonas naturais como em zonas urbanas, sendo comum encontrarem-se colónias destas aves em moradias e edifícios públicos. Por vezes animais desviados da sua rota migratória fazem curtas visitas à Madeira. Esta foto foi realizada no Parque Nacional Muránska planina, na Eslováquia.

Wednesday, 19 August 2009

Lacerta lepida

Este é um imaturo de Sardão, o maior lacertídeo português e um dos maiores lacertídeos europeus. Quando adultos apresentam usalmente um dorso verde metálico com manchas negras e um comprimento que costuma variar entre 30 e 60 cm (sendo que há registo de indivíduos com 90 cm!). O macho é de uma tonalidade mais brilhante e apresenta pontos azuis nos flancos, que se encontram normalmente ausentes nas fêmeas. Alimentam-se maioritariamente de insectos, especialmente escaravelhos, no entanto pode predar pequenos vertebrados. A maturidade sexual é atinguida por volta do segundo ano de vida e as fêmeas podem por até 22 ovos. Em Portugal a espécie pode ser encontrada por todo o país, no entanto encontra-se em acentuado declínio, sendo que a população existente nas Berlengas está numa situação de extinção eminente ou mesmo real.

Tuesday, 18 August 2009

Bubulcus ibis

Este é um carraceiro ou garça-boieira. Esta espécie distribui-se por África e pela Ásia meridional e oriental, tendo-se expandido para o sudeste da Europa, para a América, Austrália e para várias ilhas incluindo São Tomé, onde esta foto foi realizada. Durante a época de reprodução as aves ganham uma tonalidade laranja na parte superior da cabeça e no peito que pode ser observada na foto. A população desta espécie em Portugal foi estimada no ano 2000 em mais de 31 000 casais e é observada frequentemente na Madeira, onde não nidifica.

Saturday, 15 August 2009

Panthera leo

Esta foto serve para comemorar o nascimento de duas crias de Leão-asiático no Zoo de Londres, uma subespécie da qual actualmente só sobrevivem cerca de 300 animais na floresta de Gir na Península Indiana. O leão é o segundo maior felino vivo depois do tigre e até 10.000 anos atrás era o mamífero com uma maior área de distribuição depois do homem. Encontram-se descritas várias subespécies, sendo que destas o Leão-do-Cabo (1960) e o Leão-do-Atlas (1922) já se encontram extintos na natureza. Esta foto foi realizada em Nakuru National Park, no Quénia durante uma saída de campo de um curso em Ecologia Tropical.

Friday, 14 August 2009

Mauremys leprosa

Em Portugal ocorrem 3 espécies de tartarugas de água doce: a introduzida Trachemys scripta elegans ou Tartaruga da Florida, a Emys orbicularis ou Cágado-de-carapaça-estriada, e a Mauremys leprosa ou Cágado-mediterrânico, que aqui apresento. Esta espécie distribui-se pelo Sudoeste da Europa e Noroeste de África, sendo que em Portugal pode ser encontrada por todo o país, com especial encidência nas regiões a Sul. São animais de uma grande longevidade, baixa taxa de fecundidae e uma idade de maturação tardia, o torna que torna esta espécie particularmente vulnerável à mortalidade não natural e a degradação de habitat. Esta foto foi realizada na zona de Castro Verde.

Thursday, 13 August 2009

Danaus plexippus

Esta é a Monarca ou Borboleta das Asclépias. Trata-se da maior borboleta da Madeira e uma das mais conhecidas borboletas em todo o mundo. A sua distribuição vai desde o Sul do Canada ao Norte da América do Sul e é residente também nos arquipélagos da Madeira, Açores e Canárias. As populações da América do Norte realizam migrações em massa em direcção a Sul e são dos poucos insectos que conseguem realizar viagens transatlânticas. Na Madeira tem sido demonstrado que a espécie alimenta-se tendencialmente de plantas não indígenas do género Asclepias.

Wednesday, 12 August 2009

Anas carolinensis


E se eu dissesse que as duas fotos anteriores são do mesmo pato?! e que se trata de uma espécie da America do Norte, extremamente rara na Europa?! A verdade é que se trata disso mesmo! As fotos são de uma marrequinha-americana, uma acidental rara na Europa que até pouco tempo era considerada uma subéspecie do Anas crecca europeu, mas que recentemente adquiriu o estatuto de espécie distinta. As principais diferenças entre as duas espécies prendem-se com a faixa amarela em torno das faixas verdes na cabeça, que é quase inexistente na espécie americana e uma linha branca vertical na parte lateral do peito, inexistente na espécie europeia. Como se pode ver pela segunda foto trata-se de um macho adulto. A primeira foto parece de uma fêmea ou um juvenil mas na verdade trata-se do mesmo indivíduo, mas em plumagem de eclipse, o que ocorre anualmente enquanto muda ao mesmo tempo todas as penas de voo. Ambas as fotos foram realizadas na Lagoa do Lugar de Baixo, um excelente sítio para este tipo de surpresas.

Buteo buteo

Esta espécie é a única rapina que pode ser encontrada em Portugal continental, na Madeira e nos Açores, onde é conhecida, respectivamente por águia-d’asa-redonda, manta e milhafre. Distruibui-se por todo o Paleártico, desde a Europa até ao Japão e pode ser encontrada em todos os arquipélagos da Macaronésia onde ocorre sobre a forma de quatro subespécies endémicas: B. b. insularum nas Canárias, B. b. rothschildi nos Açores, B. b. bannermani em Cabo Verde e por fim B. b. harterti na Madeira e à qual este indivíduo pertence. A população no arquipélago da Madeira deverá ser superior a 2500 animais, sendo que a nidificação está confirmada na Ilha da Madeira e na Ilha do Porto Santo, onde esta foto foi realizada. A espécie nidificava nas Ilhas Desertas até 1996, altura em que os poucos casais nidificantes desapareceram como consequência de um projecto de eliminação de herbívoros introduzidos.

Tuesday, 11 August 2009

Bombina variegata

Este é um sapo-de-barriga-amarela, um dos anfíbios exclusivos do continente Europeu, que deve o seu nome a uma espectacular barriga, que varia entre amarelo-laranja e limão-pálido, de acordo com a subespécie. Dependendo ainda da subespécie, a barriga pode ter ou não blocos negros, mais ou menos conspícuos. A espécie habita regiões montanhosas no Centro e Sul europeus e tal como a cobra-de-água-de-colar também se encontra muito associada a corpos de água. Esta personagem foi fotografada no Parque Nacional Muránska planina, numa saída de campo de taxonomia de mamíferos.

Monday, 10 August 2009

Natrix natrix

Encontrei esta cobra-de-água-de-colar numa saída de campo ao Parque Nacional de Slovensky raj, na Eslováquia, no âmbito de um curso em taxonomia aplicada à conservação. Trata-se de uma espécie com uma enorme área de distribuição, que inclui sensivelmente toda a Europa, com a excepção de algumas latitudes mais a Norte na Península Escandinávia, podendo ainda ser encontrada em algumas zonas do Oeste asiático e no Norte de África. Em Portugal pode ser encontrada em todo o território continental, deste o nível do mar até aos 1875 m, na Serra da Estrela. É uma espécie muito dependente do meio aquático, sendo que é extremamente afectada pela desaparecimento e poluição de pontos de água, tanto naturais como artificiais. Este indivíduo pertence à subespécie N. n. natrix que se distribui a Este da linha que se estende de Norte a Sul deste o mar do Norte até ao Adriático.

Wednesday, 8 July 2009

Amaurocichla bocagii

Tirei esta foto a exactamente um ano. É uma foto muito especial, não só porque tive de fazer uma caminhada de 11 horas para a conseguir, mas porque se trata da primeira vez que um juvenil desta espécie foi visto! Este é um exemplar de São Tomé Short-tail, um género endémico da ilha e um dos animais de mais dificil observação, tanto é que durante 100 anos ninguém conseguiu encontrar um destes animais, temendo-se mesmo que se encontravam extintos. Esta é uma das minhas fotos que fazem parte do Arkive, uma projecto apadrinhado pelo Sir David Attenborough que visa compilar fotos e videos de algumas das espécies mais ameaçadas do planeta, aqui fica o link : http://www.arkive.org/ .

Tuesday, 7 July 2009

Hemidactylus mabouia

Apresento-vos uma recém chegada à ilha da Madeira. Trata-se de uma Osga-caseira-tropical, uma espécie originária da África Sub-Sariana que naturalmente ou graças a mão humana têm vindo a expandir a sua distribuição e actualmente pode ser encontrada no continente americano, nas Caraíbas e em várias ilhas oceânicas. O primeiro registo para a Madeira data de 2001, na zona da Achada, Funchal. Pode ser facilmente distinguida das osgas do género Tarentola pela presença de garras em todos os dedos. Este exemplar foi encontrado no centro do Funchal, graças aos olhos de lince da Sarah.

Monday, 6 July 2009

Alectoris rufa

Esta é uma das muitas perdizes que encontrei numa curta visita ao Porto Santo. Trata-se de uma espécie nativa da Península Ibérica e do Sul de França e é relativamente comum em todo o território nacional. Nas Ilhas da Madeira e Porto Santo foi introduzida com com fins cinegéticos e é alvo de reintroduções anuais.

Friday, 3 July 2009

Embriza citrinella


Fotografei esta escrevedeira-amarela numa saída de campo de um curso em ecologia e conservação que tive oportunidade de fazer na Polónia. Trata-se de uma ave que apresenta uma vasta distribuição europeia mas no entanto se encontra ausente da quase totalidade da Península Ibérica. Apresenta um canto muito específico, composto por uma série de notas curtas repetidas que lhe valeu o nome de “a little-bit-of-bread-and-no-cheese” em algumas regiões de Inglaterra e de “may-the-Devil-take-you” na Escócia. A semelhança de muitas outras espécies associadas a habitats agrícolas tradicionais, esta espécie têm sofrido grandes declínios populacionais como resultado da intensificação agrícola.

Oceanodroma castro

Durante a minha estadia na Selvagem Grande tive a sorte de acompanhar os trabalhos de uma equipa de investigação que estava a trabalhar com aves marinhas, o que me permitiu fotografar esta espécie durante uma saída nocturna. Trata-se de um roque-de-castro, de painho-da-Madeira ou de um angelito, dependendo se perguntamos a um Madeirense, um Continental ou um Açoriano. É uma espécie que habita ilhas dispersas nos Oceanos Atlântico e Pacífico e que na Europa apenas pode ser encontrada nos arquipélagos Macaronésicos e nas Berlengas. Esta espécie apresenta duas populações com comportamentos, morfologias e épocas de reprodução bastantes distintas, o que parece indicar que se possam tratar de espécies distintas.

Thursday, 2 July 2009

Pleurodeles walti

Fotografei esta salamandra-de-costelas-salientes a atravessar a estrada em Monfragüe após uma valente chuvada, infelizmente muitos dos outros anfíbios que encontrei já tinham sido atropelados. Esta espécie é endémica da Península Ibérica e do Noroeste de Marrocos e na natureza pode crescer até uns espantosos 30 cm. Apesar de amplamente distribuída pelo Sul de Portugal as suas populações têm vindo a diminuir nos últimos anos em resultado da perda de habitat, da introdução do lagostim-vermelho-da-Luisiana e de peixes exóticos. Em 1985 10 animais desta espécie foram levados ao espaço para estudos de microgravidade e desde então foram estudados em outras 5 missões espaciais.

Psammodromus algirus

Esta é uma lagartixa-do-mato, um dos répteis mais comuns da nossa fauna, podendo ser encontrado em quase toda a Península Ibérica, numa pequena faixa no Sul de França e na maior parte de Marrocos, Norte da Argélia e Noroeste da Tunísia. Prefere zonas com uma reduzida cobertura arbustiva e pode habitar qualquer habitat, incluindo zonas com elevada pressão humana. Esta foto foi realizada numa belíssima saída de campo ao Parque Natural de Monfragüe.

Wednesday, 1 July 2009

Butorides striatus

Para mudar de ares aqui fica uma foto de São Tomé. Não se trata de nenhum dos endémicos, mas sim de uma espécie com uma vasta distribução que se estende do oeste africano até ao Japão, passado pela Austrália e pela América do Sul. Tanto em São Tomé como no Príncipe é uma espécie relativamente comum junto a foz dos rios e ribeiras e contrariamente a outras espécies de pequenas garças não é de dificil observação. Alimenta-se sobretudo de peixe, anfíbios e insectos aquáticos, que pesca por “emboscada” usando por vezes iscos, tais como penas ou folhas que deposita à tona de água, atraindo assim os peixes. Em São Tomé e Príncipe é conhecida como Chuchu ou Gallo-d’água, enquanto que em português o seu nome é Garça-de-cabeça-negra.

Tuesday, 30 June 2009

Passer montanus

Acho que está é a minha foto preferida da Polónia. Trata-se de um pardal-montês, uma ave que parece uma versão reduzida do bem mais abundante pardal-comum. É uma espécie que embora se encontre associada à presença humana evita grandes aglomerados urbanos, preferindo zonas rurais, onde nidifica em cavidades de árvores e edifícios. Além das menores dimensões distingue-se do pardal-comum pelo barrete totalmente castanho, pela mancha preta na face e pelo babete preto muito menos extenso. Encontra-se distribuido pela quase totalidade da região Paleártica e Indomalaia, sendo que em Portugal é mais comum na metade norte do país. Esta foto foi realizada no Parque Nacional de Bialowieza, uma das áreas naturais de maior interesse da Europa e um dos últimos redutos do Bisonte-europeu que embora tenha visto não consegui fotografar.

Monday, 29 June 2009

Rissa tridactyla

Esta não é uma foto particularmente artística, apenas a apresento aqui porque se trata de um registo relativamente raro para a Madeira. Estes animais pertecem a um grupo de Gaivota-tridáctilas que observei junto à Baia do Funchal, numa saída de barco para comemorar o aniversário da Sarah. Trata-se de uma gaivota relativamente comum ao largo de Portugal continental entre os meses de Novembro e Março. Está perfeitamente à vontade no meio oceânico e a sua ocorrência em terra está na sua maioria relacionada com temporais.

Chlidonias leucopterus

Esta é uma das aves mais bonitas que vi na Polónia. Trata-se de uma Gaivina-d’asa-branca, uma espécie que durante a época de reprodução pode ser encontrada nas zonas húmidas do Sudeste europeu e da Ásia Central e que por sua vez no Inverno migra para África, para o sudeste Asiático e para a Australia. Esta foto foi tirada no Parque Nacional de Biebrza, localizado no Norte da Polónia, junto a fronteira com a Bielorrússia

Anthus b. bertheloti

Mais uma foto das Selvagens, desta feita um Corre-caminhos, uma ave exclusiva dos arquipélagos das Selvagens, Madeira e Canárias. No arquipélago da Madeira está presente a sub-espécie A. b. madeirensis, ao passo que as Canárias e Selvagens está presente a sub-espécie A. b. berthelotii. A população desta espécie na Selvagem Grande tem vindo a aumentar após a operação de erradicação dos murganhos e coelhos-bravos e tem-se observado um elevado número de posturas com 3 ovos, algo que não acontecia anteriormente.

Saturday, 27 June 2009

Ixobrychus minutus

Eis uma espécie que nunca tinha visto na Madeira, um Garçote. Acho que não estarei a mentir se disser que devo ser a única pessoa a ter fotografado esta espécie na ilha. É uma garça muito pequena, que em Portugal continental está presente entre os meses de Abril e Setembro. É pouco comum em toda a sua área de distribuição o que aliado aos seus hábitos discretos e crepusculares faz com que seja de muito dificil observação. Esta foto foi tirada na lagoa do Lugar de Baixo, um dos melhores locais da ilha para raridades.

Tarentola bischoffi


Apresento-vos o animal com o qual estive a trabalhar nos últimos tempos - a Osga-das-Selvagens. Trata-se de um endemismo do arquipélago das Selvagens e ocorrendo em três subpopulações isoladas na Selvagem Grande, na Selvagem Pequena e no Ilhéu de fora. É relativamente comum em toda a sua área de distribuição, atingindo maiores densidades na zona do planalto central da Selvagem Grande. Esta espécie parece ter beneficiado da erradicação dos coelhos e ratos e os seus números têm aumentado bastante.

Colias crocea

Esta é uma das borboletas mais bonitas da Madeira e o seu nome comum, Maravilha, é reflexo disso mesmo. É relativamente comum e pode ser encontrada na ilha durante todo o ano, sendo mais abundante nas altitutes mais baixas. Este exemplar foi fotografado na zona do Fanal, em plena Laurissilva.

Tuesday, 2 June 2009

Cercopithecus mona

Esta espécie de mono é nativa do Golfo da Guiné, mas foi introduzida nas ilha de Grenada nas Caraibas e em São Tomé e Principe, onde é relativamente comum apesar da forte pressão de caça. Tanto em São Tomé como no Principe estes animais são caçados tanto para consumo proprio, mas essencialmente para vende a restaurante, a um preço de menos de 2 euros (entre 20 mil e as 70 mil dobras locais)!!

Tuesday, 19 May 2009

Somateria mollissima

Este é um macho de Eider, fotografado no London Wetland Center. Esta espécie apresenta uma distribuição holártica, sendo que as populações europeias são parcialmente migradoras. Os machos apresentam uma plumagem preta e branca caracteristica, sendo que as fêmeas apresentam uma cor acastanhada e listas escuras no dorso e nos flancos. A palavra edredão deve-se a esta espécie, já que a palavra, de origem islandesa, significa “penugem do êider”.

Monday, 18 May 2009

Podarcis hispanica

Esta espécie ocupa quase totalmente a Península Ibérica, o Norte de África e o Sudoeste de França, distribuindo-se desde o nível do mar até aos 3481 m, na Serra Nevada. Apresenta uma elevada variabilidade intraespecífica e no terço Norte de Portugal pode ser encontrado o morfotipo 1, de cabeça e corpos deprimidos, coloração dorsal parda escura e zonas ventrais claras, ao passo que nos dois terços meridionais do país pode ser encontrado o morfotipo 2, mais robusto, de cabeça relativamente alta, com zonas dorsais frequentemente esverdeadas, ou de tom pardo claro, e ventre amarelo ou alaranjado.

Sunday, 17 May 2009

Tarentola mauritanica

Para comemorar a meia centena de fotos apresento-vos uma das espécies com a qual vou estar a trabalhar nos próximos tempos: a Osga-comum. Esta espécie encontra-se distribuída por toda a bacia do Mediterrâneo e apresenta uma distribuição continua em todo o nosso território nacional. Terá sido introduzida a cerca de 15 anos na ilha da Madeira e mais recentemente terá conseguido chegar a ilha de Porto Santo. Ocupa essencialmente superfícies verticais tais como muros, locais pedregosos e troncos de árvores. Associa-se também a ambientes humanizados, ocorrendo frequentemente em locais com iluminação artificial. É crença comum que este animal é venenoso, mas tal não passa de um mito.

Saturday, 16 May 2009

Untitled # 2

Esta é mais uma espécie que ainda não consegui identificar. Trata-se de uma rã-arborícola que encontrei no Hell’s Gate National Park no Quénia, durante os trabalhos de campo do curso em ecologia de Savana.

Thursday, 14 May 2009

Tyto alba

Esta é a Coruja das torres e é a rapina nocturna com maior área de distribuição, habitando todos os continentes a excepção da Antárctica. Pode ser encontrada em Portugal durante todo o ano, sendo que para a Madeira está descrita uma sub-espécie endémica (T. a. schmitzi) que apresenta uma cor mais escura que a forma continental. Uma vez pousada, chama a atenção a sua face branca, em forma de coração e uma vez e voo, a plumagem essencialmente branca e as vocalizações assustadoras fazem com que está espécie tenha um ar realmente fantasmagórico.