Wednesday 8 July 2009

Amaurocichla bocagii

Tirei esta foto a exactamente um ano. É uma foto muito especial, não só porque tive de fazer uma caminhada de 11 horas para a conseguir, mas porque se trata da primeira vez que um juvenil desta espécie foi visto! Este é um exemplar de São Tomé Short-tail, um género endémico da ilha e um dos animais de mais dificil observação, tanto é que durante 100 anos ninguém conseguiu encontrar um destes animais, temendo-se mesmo que se encontravam extintos. Esta é uma das minhas fotos que fazem parte do Arkive, uma projecto apadrinhado pelo Sir David Attenborough que visa compilar fotos e videos de algumas das espécies mais ameaçadas do planeta, aqui fica o link : http://www.arkive.org/ .

Tuesday 7 July 2009

Hemidactylus mabouia

Apresento-vos uma recém chegada à ilha da Madeira. Trata-se de uma Osga-caseira-tropical, uma espécie originária da África Sub-Sariana que naturalmente ou graças a mão humana têm vindo a expandir a sua distribuição e actualmente pode ser encontrada no continente americano, nas Caraíbas e em várias ilhas oceânicas. O primeiro registo para a Madeira data de 2001, na zona da Achada, Funchal. Pode ser facilmente distinguida das osgas do género Tarentola pela presença de garras em todos os dedos. Este exemplar foi encontrado no centro do Funchal, graças aos olhos de lince da Sarah.

Monday 6 July 2009

Alectoris rufa

Esta é uma das muitas perdizes que encontrei numa curta visita ao Porto Santo. Trata-se de uma espécie nativa da Península Ibérica e do Sul de França e é relativamente comum em todo o território nacional. Nas Ilhas da Madeira e Porto Santo foi introduzida com com fins cinegéticos e é alvo de reintroduções anuais.

Friday 3 July 2009

Embriza citrinella


Fotografei esta escrevedeira-amarela numa saída de campo de um curso em ecologia e conservação que tive oportunidade de fazer na Polónia. Trata-se de uma ave que apresenta uma vasta distribuição europeia mas no entanto se encontra ausente da quase totalidade da Península Ibérica. Apresenta um canto muito específico, composto por uma série de notas curtas repetidas que lhe valeu o nome de “a little-bit-of-bread-and-no-cheese” em algumas regiões de Inglaterra e de “may-the-Devil-take-you” na Escócia. A semelhança de muitas outras espécies associadas a habitats agrícolas tradicionais, esta espécie têm sofrido grandes declínios populacionais como resultado da intensificação agrícola.

Oceanodroma castro

Durante a minha estadia na Selvagem Grande tive a sorte de acompanhar os trabalhos de uma equipa de investigação que estava a trabalhar com aves marinhas, o que me permitiu fotografar esta espécie durante uma saída nocturna. Trata-se de um roque-de-castro, de painho-da-Madeira ou de um angelito, dependendo se perguntamos a um Madeirense, um Continental ou um Açoriano. É uma espécie que habita ilhas dispersas nos Oceanos Atlântico e Pacífico e que na Europa apenas pode ser encontrada nos arquipélagos Macaronésicos e nas Berlengas. Esta espécie apresenta duas populações com comportamentos, morfologias e épocas de reprodução bastantes distintas, o que parece indicar que se possam tratar de espécies distintas.

Thursday 2 July 2009

Pleurodeles walti

Fotografei esta salamandra-de-costelas-salientes a atravessar a estrada em Monfragüe após uma valente chuvada, infelizmente muitos dos outros anfíbios que encontrei já tinham sido atropelados. Esta espécie é endémica da Península Ibérica e do Noroeste de Marrocos e na natureza pode crescer até uns espantosos 30 cm. Apesar de amplamente distribuída pelo Sul de Portugal as suas populações têm vindo a diminuir nos últimos anos em resultado da perda de habitat, da introdução do lagostim-vermelho-da-Luisiana e de peixes exóticos. Em 1985 10 animais desta espécie foram levados ao espaço para estudos de microgravidade e desde então foram estudados em outras 5 missões espaciais.

Psammodromus algirus

Esta é uma lagartixa-do-mato, um dos répteis mais comuns da nossa fauna, podendo ser encontrado em quase toda a Península Ibérica, numa pequena faixa no Sul de França e na maior parte de Marrocos, Norte da Argélia e Noroeste da Tunísia. Prefere zonas com uma reduzida cobertura arbustiva e pode habitar qualquer habitat, incluindo zonas com elevada pressão humana. Esta foto foi realizada numa belíssima saída de campo ao Parque Natural de Monfragüe.

Wednesday 1 July 2009

Butorides striatus

Para mudar de ares aqui fica uma foto de São Tomé. Não se trata de nenhum dos endémicos, mas sim de uma espécie com uma vasta distribução que se estende do oeste africano até ao Japão, passado pela Austrália e pela América do Sul. Tanto em São Tomé como no Príncipe é uma espécie relativamente comum junto a foz dos rios e ribeiras e contrariamente a outras espécies de pequenas garças não é de dificil observação. Alimenta-se sobretudo de peixe, anfíbios e insectos aquáticos, que pesca por “emboscada” usando por vezes iscos, tais como penas ou folhas que deposita à tona de água, atraindo assim os peixes. Em São Tomé e Príncipe é conhecida como Chuchu ou Gallo-d’água, enquanto que em português o seu nome é Garça-de-cabeça-negra.